quarta-feira, fevereiro 17, 2010


Testamento

Quando eu morrer
E meu corpo deixar
Não me enterres num jardim
Não quero rostos tristes
Não quero ninguém assim
Quando eu morrer
Nào tiver nem um sopro de vida
E tudo que restar de mim
São coisas que eu não posso levar
Deixe a dor da ferida
Na lembrança dos momentos bons ficar
Quando eu morrer
Nào quero velório
Não quero ouvir o chorar
Das pessoas que me são queridas
Quero apenas o carinho levar
Quando eu morrer
Moça ou Nào
A idade não vai importar
Quero doar-me por dentro e por fora
Quando eu for embora
E for chegada minha hora
Só quero com minha alma flutuar
Que meus olhos possam fazer
Outro olhar enxergar
Que minhas visceras
Aindas sãs possam a outro corpo
Vida dar
Que meu coração continue a bater
Se um corpo ele puder se guardar
E de tudo que eu possa ceder
Que se faça a vontade chegar
Tirem me tudo, pois o espirito
Vai eternizar
E o ar que neste estado respiro
De pulmão não irá precisar
Se terei o ar mais puro
Do outro lado, onde vou estar
E depois de feito tudo
Para libertar enfim
De tudo ao que este mundo me prende
E de onde um dia vim
Ao pó, eu retornarei
Pois do pó me fiz assim
O meu corpo quer ser cinza
E depois jogado ao mar
Quer pertencer ao seu fundo
E na sua eternidade morar
Fazer parte de outro mundo
Que um dia me pertenceu
Jogada e espalhada ao vento
Numa existência que não morreu
Este é o meu desejo
Seja quem for realizar
Não me enterre numa cova
Não me mate já em morte
Pois terei mais que a sorte
Se um dia velha ou nova
Eu mesmo se escolha
Possa então mesmo que longe
Eternamente nas profundezas
De um mar, um oceano
Mirar me tendo a certeza
De lembrar de quem eu amo.

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