quarta-feira, dezembro 06, 2006

"Acordo, já não é mais tão cedo. Olho o relógio do celular, ninguém ligou. Quase hora do almoço. A cabeça dói. Maldição no fim de semana inteiro. Sem perspectivas de melhoras. Ando meio zonza até o banheiro. Jogo uma água no rosto e penso: “que cara é essa??” Dirijo-me até o quarto e visto rapidamente a primeira coisa que vejo estendida. Mais um dia...um dia sem novidades. Tento ser otimista. A campainha toca e atendo. É o carteiro. Atendo-o e fecho a porta. Sento no sofá e penso...penso..olho o telefone de novo. Nada...nem um sinal de vida. Penso se errei, no que fiz, se exagerei na dose ou se devia ter feito alguma coisa que eu tenha esquecido de fazer. Verdade. Sinto um vazio. Um vazio que habita e me preenche com nada mais que a vontade de poder não sentir o que hoje eu sinto...Como controlar isso depois de tanto tempo sem ao menos sentir me assim? Acho que é falta de costume mesmo...Não, não posso permitir isso assim...entrando como uma ventania em minha alma, sem pedir licença e me fazendo flutuar. Preciso sentir o chão...tocá-lo...voar é com os pássaros...nunca tive asas, não sei andar assim...eu acabo me perdendo, indo alto demais e quando vejo estou em queda livre. Não...é risco demais para correr...Não sei se posso..não sei se devo, não sei o que faço, como agir...Preciso não pensar tanto nisso. Preciso relaxar. Deito me, tento dormir olhando com ansiedade um telefone que sei que não irá tocar. Deixo-o silencioso...assim sei que posso ao acordar ter uma surpresa. Quem saberá? Mas a verdade é que a espera é pior quando se "espera". Simples e óbvio assim....Fecho os olhos, a cabeça ainda dói um pouco. Esforço-me para relaxar e dormir e, de repente consigo. Ao acordar a mesma dor ainda insiste...a saudade também resiste em mim. O telefone continua calado. Sem emitir qualquer sinal de vida. Levanto. Vou até o computador, leio e respondo mensagens. Tudo bem...a cabeça ainda dói um pouco. Nada que um analgésico não resolva. Já a saudade...não se sabe nunca quando chega e quando irá embora. É uma coisa complicada. Insisto em não pensar e ainda assim percebo que penso. Encaminho uma mensagem de contato e espero a resposta. Não vem...tudo bem...resolvo que isso não me deixará desanimar. As coisas acontecem quando devem acontecer. Deve ser melhor assim mesmo. A dor de cabeça está passando, graças a Deus...Não vejo a hora que ela me abandone...a dor...a saudade também... mas esta, eu sei, que será um pouco mais prolongada."

Lutche Mansur - 04/12/2006

sexta-feira, novembro 24, 2006

EU NEM SEI
Eu nem sei
Porque te olho
Ou se você
Ao menos me vê
Eu não sei se Perco tempo
Sentindo o vento
Na tela da TV
Eu nem sei
Se eu já choro
Se eu vou embora
Por querer seu colo
Só... mais uma vez...
Eu nem sei
Se já é mania
Ver tua imagem
Simples miragem
De minha fantasia
Eu nem sei
Por que te escrever
No fundo é dificil
Até isso entender
Eu nem sei
Porque espero
O telefone tocar
Será que eu erro?
Erro em te esperar?
Eu nem sei Quando te encontrarei
O que eu sei?
Só sei desta saudade
Só sei desta vontade
De te puxar este cabelo
De te querer por inteiro
De beijar teu pelo
De te possuir...enfim
Meu menino, meu bandido
Banido de mim...
Lu Mansur - 21/11/2006

sexta-feira, novembro 03, 2006

Amigos...

Amigos nunca se vão, amigos estão sempre lá...Seja aonde e como, quando for esse "lá"...
Amigos entendem que nem sempre podem fazer as coisas pelas pessoas mesmo querendo e sentindo vontade e força de abraçar o mundo, mas o mundo é tão grande...tão vasto... só não é mais que o coração de um amigo...
Um amigo realmente é raro, um que a gente realmente sinta muita saudade e, que também nos corresponda os sentimentos em gênero, número e grau, é mais complicado ainda...
Amigos têm pressa, quem disse que amigo não é gente oras? Amigo tem defeito...Às vezes até mais defeito que qualidade, mas ainda assim é amigo, porque defeito de amigo passa até despercebido pela gente.
Amigo, na verdade não tem defeito, tem manias...E essas manias aos poucos vão se tornando parte de uma pessoa especial, tão especial que não se pode mais viver sem ela...As qualidades do amigo muitas vezes não são valorizadas e também, as vezes, mal compreendidas...Mas quem é amigo, amigo mesmo, não se importa.
Amigo tem coração, um coração que é tão frágilzinho que o obriga a ser forte. "O amigo", aquele cara ali parado esperado sua resposta por e-mail, telefone, carta, ou até sinal de fumaça, aquele ali que, quando você menos espera te surpreende e faz de seu dia mágico por um instante, por pior, ou melhor, que ele tenha sido...
Sim, ele...Está ali e estará sempre porque gosta de você, porque simplesmente é seu... amigo...Não importa o tempo, a distância, a falta de convívio...O que para uns são problemas para os amigos são desafios...
Amigo que é amigo pode passar anos sem se ver, sem se falar e de repente aparecer de mala e cuia na sua casa com um sorriso no rosto dizendo que tava com saudade e resolveu "pintar" por ali para ver como você estava...
Pra um amigo é a maior coisa do mundo ajudar outro amigo...Nem um bilhete de loteria premiado substitui um amigo precisando de ajuda...Se puder ajudá-lo então...Isso sim é o seu maior prêmio...
Não existe, também pior sentimento do que não poder ajudar um amigo. A gente sabe..."amigo é aquele que fica quando todos foram embora"... É o cara que "mesmo sabendo das mil razões para acreditar nos outros", ainda assim, acredita na gente, acredita porque confia, acredita porque gosta, acredita porque é amigo.
Não se encontra um amigo na esquina, mas pode-se fazer amizade lá...Seja onde esse lá estiver ou for...Longe é um lugar que não existe, e quando se têm amigos então, longe é aqui do lado da gente, mais precisamente dentro da gente...
Um amigo é um verdadeiro tesouro...Não é só um relacionamento pessoal, não é um mero coleguismo, não é momento, amigos são para sempre...
Amigos são parceiros...Porque choram juntos, sorriem juntos, brigam, fazem as pazes...Fazem parte da mesma caminhada mesmo não fazendo o mesmo caminho...São anjos e às vezes demônios que nos fazem pensar, agir e correr atrás de nossos sonhos e de alcançar nossas conquistas...
Quem me dera eu acabar a minha vida lendo um bom livro e sabendo que durante todo o tempo de minha existência eu pude contar, conhecer e realmente sentir o prazer de ter amigos...
Mas eu sei...eu sei que amigos, estes de quem eu falo, não são muitos e, às vezes não permanecem muito tempo em nossas vidas...
Isso porque estes amigos são pessoas tão especiais e iluminadas que precisamos dividi-los com várias pessoas...
Não se confunda, amigos são inconfundíveis...Eles resistem a tudo, a todos...Até mesmo o seu próprio significa...
Amigos, aqueles caras que só por existirem já estão dando um baita presente ao mundo, este amigos...Sim estes...São imprescindíveis, inesquecíveis...E essenciais.
Não tem como esquecer um amigo, não tem como não se fundir com suas idéias, com sua loucura e sua lucidez...Eu quero, sim, “ter um milhão de amigos”, como diz a música, quem não quer?
Mas... Para mim...Agora, se eu tiver o privilégio e, se a vida nos fizer cruzar novamente a mesma caminhada, e nela eu puder sentir novamente o calor de sua amizade perto de mim...Então, MEU AMIGO, acho que já posso me considerar uma pessoa muito feliz.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Pouco...pouco...tempo louco, ando rouco sem saber se canto ou se vou para um canto qualquer..minha vida, que já roubei dos dias que o ano e o cigarro me tragam e não tragam pra ti...fazer o que...loucura..pouco, pouco, muito pouco do muito que ainda vejo e revejo nos albuns de fotos amarelados pelo tempo e onde o só o sentimento não amarelou..só voou e voou dentro de mim e pousou no meu coração...se existe razão..já não sei...e se de viver hei de morrer assim...melhor pra mim!

domingo, outubro 01, 2006

A vida sempre nos mostra o momento certo de que as coisas possam acontecer e desenrolar..viver é,basicamente, aceitar que podemos ser grandes nos pequenos momentos ainda que nos sintamos minusculos diante dos grandes, ainda que o medo nos impeça de seguir, ainda que nosso coração não suporte a emoção do que virá..
Ainda que a imaginação não nos sustente ou que nós pensemos logo adiante...
Viver é mágico e inesquecivel..como cada momento que possamos possuir e escolher..que viver é muito mais que isso, eu sei..e nada mais me importa...
Deixe que pensem o que quiserem e falem o que falarem..nada vai modificar o que se viveu e o que passou...nada vai impedir o que virá e possa vir...o mais...está...aí..é só se abrir e esperar!Quem viver..certamente..verá!Te amo!Beijos!

Lutche Mansur - Set2006

sábado, setembro 09, 2006

Sonhos com você
Alguma coisa
Pra dizer
Escrito no que eu
Sempre quis
Ser feliz
Um presente
No futuro
Uma verdade
Escondida
Atrás de
Qualquer muro
Claro
Escuro
A vida
Mostrando as cenas
Do próximo capitulo
Que ainda
Nem foi lido
Estranho e
Diverso estado
Estar de novo alado
O coração e a razão
Encontram se novamente
Assim, sem explicação
Simplesmente...
Tentando definir
Reencontrar o fio
Que teceu e enlaça
Nossas vidas
Novamente
Contra tudo e
Contra todos
Trouxe alma e mente
E uniu os elos
Desta corrente!

quinta-feira, setembro 07, 2006

De Mansinho...

Ele veio como um laço
E tomou conta do pedaço
Que é do meu coração...
Ele veio prencher o espaço,
Que faltava no que faço
Pra viver, me deu razão...
Ele veio de mansinho
E arrumou o caminho
Pra que não o sentisse sozinho,
Andando na contramão..
Ele veio, de mansinho...
E com todo seu jeitinho...

Tomou conta de tudo então...

Ju...Te amo!

quarta-feira, setembro 06, 2006

Meu amor (Ju)

Olho nos teus olhos e vejo
A imagem de um dia feliz

Olho e não sinto medo
Você é tudo que eu sempre quis

Olho para frente sinto vontade
De seguir ao teu lado

Seja pra onde for,sem maldade
Eu sinto nos meus pés a liberdade

De sentir você,assim,com saudade
Quero estar sempre forte

Quero buscar sempre o caminho
Não quero te perder, és minha sorte

Não quero mais viver sozinho
Eu tenho os sonhos guardados

Tenho este amor jorrando no coração
Tenho lembranças e do meu lado

Tua doce recordação
Eu não sei o que será

O que o dia ou a noite irão trazer
Mas tudo acontecerá

Da melhor forma que tiver que ser
Já não sinto mais que é cedo

Eu não guardo mais segredo
Eu só quero pensar agora

Na saudade que não vai embora
E nesta hora,que distante

Ou logo ali adiante
Parece nunca chegar

Mas sigo andando
E vou te amando

Pelo simples fato de te lembrar!
Meu amado, amigo

Companheiro de sempre
Estarás sempre comigo

No coração, na minha mente!
Meu desejo,do teu beijo!

De você, eternamente!

sexta-feira, setembro 01, 2006

Páginas da minha Vida

Tudo começou há muito tempo...uns 8 ou 9 anos, por aí...era mais ou menos meio e fim do ano...Eu ainda trabalhava com eventos, as coisas tanbém pareciam difícieis como a pouco tempo pareciam estar, com apenas um diferencial de intensidade na escala richter. A fase atual foi maior em proporção e dificuldade, mas embora os estragos tenham sido profundos, não existe nada que não possa ser reparado, mudado, reestruturado e colocado, se assim for, de volta ao seu lugar.

Afinal, a Alemanha se destruiu em umas das grandes guerras e se reconstruiu mais forte, mais bela e hoje se figura como uma das maiores potências mundiais. O que impede então do ser humano também "se superar", de "se vencer", de "se reconstruir"? Acho que só a vontade e a coragem fazem a diferença entre vencedores e vencidos, não é mesmo? Uns páram no meio do caminho e voltam, ou pior, ficam estáticos esperando o famoso "empurranzinho" (da vida, dos amigos, ou de alguém que atravessa seu caminho). Outros parecem nem se afligirem com muros, paredes, precipícios e, como Indiana Jones da vida real, vão passando cada um dos obstáculos com naturalidade, destreza ou então, com tamanha força que nem parecem se desgastar ou sofrer, ainda que isso possa acontecer. Mas é raro pessoas com estes sentimentos.

Mas não é disso que quero falar hoje. Apesar de ser um assunto pra lá de polêmico e interessante. O que quero dizer hoje se refere aos encontros que a vida nos proporciona e que somente o tempo tem o poder de nos fazer reencontrá-los, ainda que de outra forma e outra situação; e resgatar, fechar feridas, viver novamente momentos, ou não, viver novos. A tríade : vida, tempo e destino agem de forma as nos deixar ali boquiabertos, sem falas ou então, sorrindo sem saber porque...Acontece, na vida, nos filmes, nas tvs a cabo e porque não na internet?? Ai que acontece mesmo. Quantas pessoas a gente já reencontrou ali...amigos, inimigos...amores perdidos...uns até que a gente quis perder, o que não é o caso aqui.

Quando conheci este anjinho na minha vida nem imaginava mesmo tudo que poderia vir e veio. De um simples teclar de dedos, de madrugadas infindáveis de conversas, de telefonemas e e-mails esperados, nasceu um amor. Um amor que mesmo contudo, nada pode apagar dos corações. O tempo somente flagelou, o destino arquitetou e a vida mais uma vez nos surpreendeu. O que era vidro se quebrou sim...E dentro do vidro admiravelmente se encontrou um cristal de um sentimento que voltou a existir de forma madura e simples, de forma natural e sem pressão. Veio porque tinha que vir, aconteceu porque tinha que acontecer e pronto!

Lentamente as nuvens desapareceram mesmo que algumas ainda insistam em existir e resistir. As coisas então ficaram mais claras e límpidas, vendo o bonito céu pude enxergar também outras coisas belas e me enxergar novamente no rumo de minha vida....tudo de bom...vltando a me amar pude voltar a amar também. Aprontei muita coisa com meu corajoso e resistente coração, mas agora, sentia que era hora de mudar, que aliás, as coisas já haviam mudado dentro de mim. Sei que, agora, eu estava pronta para encarar esse sentimento e este lindo ser na minha frente.

Eu não tenho bola de cristal e mesmo que tivesse não tentaria saber o que me reserva o futuro sobre tudo isso que me acontece hoje. Não sei e não quero saber. Quero viver intensamente, como sempre vivi e com alguém que, pelo menos, conheço, respeito, admiro e sem dúvida nenhuma amo. Como já disse a ele mesmo, o amor que sinto não tem nada a ver com estes que as pessoas dizem sentir, não se encontra muito facilmente,não é de filme e nem de novela. O meu amor é "in natura"..aquele amor puro, sem conservantes, adoçantes, estabilizantes...é um amor diferente de todos que um dia eu encontrei.

Resolvi apostar. Resolvi correr o risco. Resolvi abrir o peito numa procura...na mata escura, como diz a canção. Que o mesmo destino que me fez encontrá-lo na vida e no tempo dê a resposta para mim...o que vai acontecer??? Eu não sei....Não sei mesmo...nem imagino, mas me dou o direito de sonhar. Porque faz bem, não engorda e é de graça... Eu nem quero procurar saber.Porque a mim somente me interessa, neste momento, viver! Viver e viver!

quinta-feira, agosto 31, 2006

Nenhum recado à vista,
e a minha vista já nem alcança mais
o então distante que teus olhos vão...
eu calo minha boca
diante do sorriso e de tua voz...
não sei o que faço, se disfarço
apenas em tentar ser uma extensão,
uma facção, pedaço inteiro e metade sem ti...
mas tento em vão, invento no vão momento
onde as palavras se tornam
cada vez mais sentimento,
dentro e fora de mim...
e de tudo que pensam e pensas
já não me importa, não tenho medo..
do meu segredo fiz publicação
e do terreno do teu olhar
brotei a semente no meu coração!!!!
Luciane M. Mansur 31/08/2006 - 16:15

segunda-feira, julho 17, 2006

Filosofando...

Tentanto viver, é certo, vamos errar mais do que acertar...
mas isso não pode nos impedir, de ainda assim, tentar ser feliz!
Os momentos chegam diferentes para algumas pessoas...
enquanto algumas são chegadas, outras são partidas....
importante mesmo é aquilo que permanece,
o sentimento além das palavras,
além do alcance que normalmente queremos enxergar...
não somos iguais... e há muita diferença nisso!
Ainda que se queira entender o mundo, as pessoas, os acontecimentos...
é, na maioria das vezes, experimentando-se
que conseguimos vislumbrar os caminhos a se seguir!

Lutche Mansur

quinta-feira, julho 13, 2006

Baby,

É incrível como me sinto tão presente
E ao mesmo tempo que meu olhar
Não consegue ainda alcançar o teu..
Será castigo de Deus...ou sou eu..??
Sou que não consigo enxergar a miragem,
O elo da corrente, que me prende a tua imagem...

Lutche Mansur 13/07/2006 11:50 am

quinta-feira, julho 06, 2006

Você...

Deu cor ao meu mundo...
tão cinza e sem graça...
e sem querer me conquistou
através do seu sorriso, que me despedaça...
não sei se é cedo
mas, não tenho mais medo
de em frente seguir,
porque não mais sozinha,
meu coração caminha
e eu já sei onde ir!

06/07/2006 22:19 Lutche Mansur

terça-feira, junho 27, 2006

Mira
Ao mirar-te distante vejo-te ao longe
Embora para outros perto pareça
Meu amor entretanto, não se comove
E demais sendo não me padeça...
Olho entretido no meio das gentes
Ninguém me nota e eu não me saio
Eu não duvido que meu sorriso
Não me engrandeça sem grande ensaio
O que eu quero não aparece
Só com minha sombra no mesmo espelho
Senão pareço com quem me parece
Se já tão novo não assemelho
De tua face, contida a minha
Se já não queres e eu já te entendo
Não me preocupo, teço a linha
E de minha procura, vou me tecendo
Na minha vida eu faço um traço
Desenho que em tempo desapareço
E no espaço que lanço o laço
Já não existo, nem me pertenço
Já não me olho, já não te enxergo
Também jamais eu me entristeço
Pois sei que mais do que madrugada
Não durmo mais, ainda amanheço
Meu coração vai pela estrada
Curtindo cada vão momento
Se já não de mão atada
Eu me liberto, não me atormento
Sou hoje mais do que um dia quis
Sou mais nada do que plantei
Hoje sorrio e sou feliz
Porque um dia eu me encontrei
E se eu amei?
Quem mais se importa?
Não, meu amor...não me enganei...
Eu simplesmente,abri a porta!
Lutche Mansur 24/06/2006 00:25

segunda-feira, junho 05, 2006

De repente...

De repente resolvi aparecer e te vi, estavas no meio de muita gente e acabei me intimidando...
Aproximei me de ti com calma e com muita tranquilidade por uns instantes ficastes cego..sem me ver, apenas tentou me sentir, sentir a minha presença e meu cheiro perto de ti...

De repente me afastei, até porque desejava sentir que você livre pudesse gostar mais de mim e de minha presença porque assim te conservavas em mim, embora não ao alcance de meus olhos todos os instantes mas, próximo de meu coração, do meu carinho e admiração...

Do nosso encontro fosse o inicio e o principio de tudo..foi o primeiro que conheci e que de certa forma adotou me no seu coração...durante muito tempo a ligação foi fraterna, se tornou terna e hoje não mais tensa e sim intensa como a chama que nunca se apaga e que aumenta a cada dia...

O mágico de todo momento é que renasce a cada encontro como imãs que não podem se ver sem se tocar tamanha a incrivel e inexplicavel atração que sentem um pelo outro...
Quem sabe observar já viu com os olhos de paixão e carinho e te reconhece ao me ver sorrir e falar..

Mas pode não perceber que apesar disso tudo, mesmo que não se demonstre declaradamente nossos olhos e ouvidos não mentem e já escolheram o que virá a seguir...
O bom disso tudo é que mesmo livre sinto seu olhar pousar sobre o meu e sinto todo o carinho do olhar teu e isso para mim é algo que jamais alguém vai poder me tirar...

Você sabe que falo de você..
Sabe que te olho e que te cuido de uma forma especial..mas a evolução de tudo deve seguir o ritmo natural das coisas e a vida vai nos provar que o melhor...com certeza, ainda virá...

Lutche Mansur 01/06/2006
Devagar se vai ao longe...
ou não se vai a nenhum lugar..
mas para quem não sabe de onde parte,
sabe muito menos onde quer chegar..
eu aportei em teus olhos e de lá não quero sair...
se você me deixar..eu que não vou por vc decidir...
mas, do contrário...ainda que eu não contrarie nada..
eu prefiro viver tudo o que tiver que viver
e deixar pra lá, qualquer comentário!
O bom da vida é assim... em fio...enfim...
descobrindo-se cada dia, dia não, dia sim!


Lutche Mansur 03/06/2006

terça-feira, abril 18, 2006

Reencontro!

Quem diria que depois de tanto tempo, tantos contratempos eu poderia me surpreender com vento batendo nas velas do meu barco e me levando rumo a fatos incriveis que, nem sei como, nunca havia imaginado em minha vida.

Buscamos explicação para tudo na vida, até mesmo para ela mas, não percebemos que ao buscar matamos outras coisas pelo caminho. Alguma coisas nunca tiveram, têm ou terão alguma explicação, não neste mundo e, talvez ainda, em nenhum um outro. É engraçado, esquisito e fantástico mesmo, tudo num mesmo produto. Tudo numa mesma embalagem. Muda o tempo, muda o mundo mas, tem coisas que nunca mudam.

Numa foto conseguimos facilmente reparar no todo...na paisagem...mas e os detalhes? A roupa mudou, a moda muda todo dia. O próprio dia muda, tem sol, tem chuva e, às vezes ,está somente nublado; como se em dúvida do que escolher entre um tempo e outro o dia escolhesse o meio termo.Mas, a verdade é que precisamos olhar mais profundamente as coisas que não mudam numa foto; como um olhar, um sorriso, uma feição. É preciso, definitvamente mudar conceitos, derrubar preconceitos e se abrir para o novo.

Se pudessémos se quer imaginar as coisas que me acontecem todos os dias com certeza eu não teria graça alguma para agradecermos. Ao contrário, teriamos a monotonia em nossas vidas instalada para sempre. O mundo dá muitas voltas. E como dá. A gente às vezes nem tá pensando, sonhando e de repente lá vem uma onda. Não interessa de que tamanho, normalmente a gente sempre fica impressionado com elas. Vão e vem sem avisar e sem nos, se quer, consultar. Normalmente a gente nunca esta preparado para elas também.

Engraçado também como elas acontecem quando precisam acontecer. Nem antes e nem depois. Quebram exatas e perfeitas no lugar onde deveriam chegar. É incrivel como elas levam também com a maior rapidez fatos, pessoas, recordações...E como trazem em segundos estas mesmas coisas se acharem relevantes trazer, até mesmo as mais profundas e as que se encontram perdidas em algum lugar do mundo ou de nossas mentes. Não adianta mesmo jogar nossas desilusões ao mar porque ele costuma devolver tudo que jogamos nele mesmo que demore o tempo que tiver que demorar. Se você joga ao mar sentimentos ruins, coisas desagradáveis é isso que ele vai te devolver em troca. E é incrivel como até nisso a natureza é perfeita.

Hoje eu sei que olho fotos de maneira diferente, leio os mesmos textos que escrevi há muito tempo com outros olhos, consigo estar de fora dos sentimentos que já vivi sem deixar de senti-los em sua beleza complexa ou na sua dor mais aguda;consigo contemplar o mar e enfrentá-lo mesmo com medo ou ansiedade por me aventurar nele.Tudo isso num misto de saudade e nostalgia. Tudo isso sem me perder de mim, sem deixar de ser quem sou e sem parar no meio do caminho para poder pensar melhor.

A vida é incrivel na sua maneira particular de ser e não nos pede explicação para tudo que fazemos ou como agimos porque sabe que nossas atitudes é que originam o resultado e mais nada além disso. E, que está em nossas mãos querer ou não viver. Mas ela tem seus manejos, tem suas armadilhas. Não se pode fugir daquilo que simplesmente somos de certa forma designados a viver. A escolha muitas vezes não é só nossa.

Quando encontramos alguém, de uma certa forma, fomos levados até aquele momento por acaso ou porque na verdade no fundo estavamos sendo guiados, procurando viver aquele momento. Quando a gente reencontra alguém já é diferente. É o destino que está entrelaçando os fios e nos fazendo surpresa mais uma vez. E aí sim, isso precisa de uma conspiração não só do mundo mas, de nossos próprios corações. Tantas vezes pensamos nestas pessoas e, alguma vez, é certo pensamos em querer reencontrá-las. De alguma forma a gente durante um tempo se esforçou para isso. Mas não era a hora, não era o lugar, não era o tempo certo para acontecer. Então quando a gente menos espera...acontece. E mais uma vez a gente fica extasiado com a vida! Chegamos a não acreditar porque já nos viamos sem esperança ou porque achavámos que não era pra ser. Mas quem somos nós? Quem pensamos que somos afinal?

Não há finalidade, não há explicação, ou há... E não nos cabe sabermos agora sobre isso. O que nos importa então neste momento? É que sigamos o nosso coração, que sejamos nós mesmos e, que, se a vida nos presenteou pela segunda vez com o encontro com o inesperado isso já não é mais obra do acaso. É simplesmente uma obra da própria vida.

Não há finalidade, não há explicação, ou há... E não nos cabe sabermos agora sobre isso. O que nos importa então neste momento? É que sigamos o nosso coração, que sejamos nós mesmos e, que, se a vida nos presenteou pela segunda vez com o encontro com o inesperado isso já não é mais obra do acaso. É simplesmente uma obra da própria vida.



Luciane M. Mansur 17/04/2006 20:35

quinta-feira, abril 13, 2006

Coldplay - The Scientist

Come up to meet you, tell you I'm sorry
You don't know how lovely you are
I have to find you, tell you I need you
And tell you I set you apart
Tell me your secrets, and ask me your questions
Oh let's go back to the start
Running in circles, chasing in tails
Heads on a silence apart 
 
Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be so hard
Oh take me back to the start
 
I was just guessing at numbers and figures
Pulling the puzzles apart.
Questions of science, science and progress
Don't speak as loud as my heart.
Tell me you love me, and come back and haunt me, 
Oh, when I rush to the start
Running in circles, chasing in tails
coming back as we are.
 
Nobody said it was easy 
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy.
No one ever said it would be so hard
I'm going back to the start. 
 
 
 
Botão Antipânico

Durante muito tempo eu pensei que não poderia mais gostar de alguém. Durante muito tempo todas as coisas que me aconteceram até aquele momento só me diziam o tempo todo sobre estes sentimentos. Você se doa, você escolhe, você se abre e depois sofre. Como num ciclo era o que sempre acontecia. Percebi que vivia de relações solitárias ainda que pensasse que estava com alguém. Eu queria estar, queria compartilhar, queria amar...Eu, eu, eu. Eu e mais ninguém. Não percebia que embarcava sempre sozinha e na hora de remar eu quem conduzia com minha força, com a minha vontade, sem olhar pra trás, o barco. Quando percebia já era tarde, eu tava no meio do oceano, sozinha, com um remo apenas e sem qualquer possibilidade de volta ao porto sem algum sacrifício ou sofrimento.

Remar sozinha é muito ruim, perceber que se está “sozinha” em uma relação é pior ainda. Mas isso é o que mais acontece. Não só comigo, mas com muita gente por aí. Errados ou certos, não importa julgar agora. Não existe culpa em querer amar, não existe culpa em querer ser feliz, não existe culpa em querer encontrar “o alguém certo”. O problema de tudo isso é que normalmente trocamos os pés pelas mãos, julgamos coisas cedo demais sem nos conhecer e conhecer verdadeiramente o outro.

Por esta ânsia cada vez mais louca de não querer se permitir a solidão real e irrestrita a gente sai por aí atropelando coisas, pessoas e momentos que poderiam ser bons se a gente deixasse simplesmente que eles acontecessem naturalmente.

Mas não é o que acontece. Hoje o mundo tem pressa. Tudo precisa ter a rapidez de um e-mail, de uma mensagem instantânea, de um cometa no céu. No entanto, apesar de difícil decisão, precisamos parar de agir desta forma porque a única coisa que estas atitudes podem trazer é sofrimento, mágoa, ressentimento e culpa. Com o tempo e a repetição destes a gente acaba por criar uma cápsula protetora a prova de qualquer coisa ou sentimento, e dentro dela tem um botão vermelho enorme escrito: “Botão Antipânico” – Aperte em Emergências.

Mas que emergências são essas? Estas são exatamente os sentimentos que temos mais medo de enfrentar. Se alguém consegue penetrar em nossa cápsula protetora então só nos resta usar este botão como única opção de tentar fazer com que esta invasão não nos cause danos ou prejuízos maiores. Se por acaso enquanto estamos dentro desta cápsula aparece alguém tentando entrar a partir do momento que isso acontece e a gente não sabe ainda o que fazer este botão aciona-se. Se por acaso a gente começa a perceber que vai sofrer com alguma situação este botão dispara. Se por acaso a gente começa a perceber que está revivendo uma situação passada ruim novamente, este botão é acionado. É como se ele fosse a salvação, a nossa única proteção. Mas não é. É como se acionado pudesse, naquele momento, nos ajudar a pensar, a refletir, mas muitas vezes, é com isso que evitamos seguir em frente.

Não porque o botão seja ruim, não é. Mas é que o costume em utilizá-lo ou saber que existe, faz-nos perder o discernimento de saber a hora de parar de pensar nele como nosso porto seguro. Com o tempo a gente nem sente que esta pensando nele. É quase que automático. No fim não temos mais reação. Tudo fica mecânico. Com o tempo a gente simplesmente vai se acostumando e deixando que isso tome conta da gente. O que era pra ser um momento de puro conhecimento agora virou um tormento porque não podemos dar dois passos que botão sai logo emitindo seu sinal vermelho intermitente.

Eu vivi muito tempo apertando esse botão sem perceber, sem sentir, achando que tinha controle sobre mim. Fui vivendo sem me dar conta que me continha em tudo. Primeiramente porque era necessário. Porque dizia a mim mesma que jamais poderia entrar em outra relação sem primeiro viver e entender o que tinha acontecido. Era algo automático, alguma coisa que eu não podia simplesmente controlar. Não conseguia me envolver ou pensar em estar com ninguém. Sentia carência e até pena de mim às vezes. Eu até que tentava não me isolar, mas não conseguia. Naquele momento precisa me recolher, precisava me respeitar. Só que eu não sabia quando e como parar. E este que é o verdadeiro problema.

Chega uma hora que é preciso parar, sair desta cápsula e continuar nosso caminho.Ainda que desconhecido e inseguro seguir, precisamos tomar coragem e enfrentar o medo ou a nossa insegurança. Eu demorei a perceber isso. Eu fiquei praticamente oito meses dentro desta cápsula sem querer me envolver em outra situação, sem querer experimentar alguma sensação que me fizesse sair daquela inércia em que eu me encontrava. Quando resolvi sair e sem muito saber o que fazer, eu acabei tentando da pior maneira me convencer que estava errada. E errei de novo. Confundi sentimentos e percebi que não estava me sentindo preparada então logo retrocedi ao invés de avançar. A diferença estava no tipo de relação que eu queria e no medo de me envolver com a pessoa “errada” novamente. O botão pânico apitou forte e eu saí correndo de volta para minha cápsula.

Somente depois de um ano, ou seja, quatro meses a mais do que eu me imaginava comecei a me desfazer da cápsula que me envolvia e fui me deixando sair. Já o botão estava ali sempre a vista de mim me fazendo pensar. Neste momento eu vi que este botão não se acionava sozinho, mas acionava conforme meus sentimentos e pensamentos. Na verdade todas as vezes que ele acionou foi sob meu comando. Não precisava de minha mão em cima dele, não precisava se quer tocá-lo. Bastava pensar e o sentimento de medo ou de receio o fazia vibrar dentro de mim. Percebi então que este botão estava ali para me ajudar e não para me impedir de viver. A existência dele era somente pra me mostrar quando parar, quando seguir, mas não fazer dele uma fuga o tempo todo.

Usar este botão com coerência, sabedoria e discernimento é muito difícil. Como é acionado com nossos sentimentos não tem bula nem manual de instruções. Para cada individuo este botão funciona de forma diferente, tem aspecto diferente e uma razão de existir diferente. Chega um momento da vida da gente que a gente aprende a conviver com este botão dentro de nós. Quando digo conviver não é aceitar de qualquer forma, mas aceitar conscientemente e coerentemente que existe dentro da gente e que cabe a nós mesmos saber quando e como usá-lo da melhor maneira possível.

O botão antipânico não foi feito para nos impedir de sentir nada. Não foi feito para que evitemos viver e nem significa que não vamos mais sofrer por causa da existência dele. Cabe nos descobrir em nós mesmos, aprender com ele. Evitar que nos aconteçam certas coisas poderão somente trazer mais sofrimento. O botão antipânico foi criado não para deixarmos de viver, nem para sofrer. Quem descobre isso ou chega a esta conclusão descobre que depois disso já não basta somente existir no mundo, é preciso experimentar a vida, e querer de certa forma, poder tirar dela o que há de melhor.

Luciane M. Mansur - 13/04/2006 – 11:07
Desperdício

Vou cometer uma loucura
Vou me apaixonar
Vou te amar
Loucamente
Como a luz do sol quente
Vou te queimar

Vou iluminar teu caminho
Substituir a lua
Cantar no meio da rua
Bem alto pro mundo ouvir

Vou te sentir
Cada vez mais perto
E mais certo do que nunca
Vou te descobrir

Vou te colocar na minha vida
E roubar beijos de madrugada
Olhar pra você sem fazer nada
E apenas vou sorrir

Vou te abraçar nos meus braços
Fazer um laço
Que não poderá nos separar
Vou olhar dentro dos teus olhos
Azuis...vou te enfeitiçar

Vou ter você por inteiro
Não quero ser só tua metade
Quero te pelo avesso
Vou te trazer felicidade

Vou te fazer serenata
E encantar tuas manhas frias
Vou te contar historias
E te trazer alegrias

Na minha boca és só saudade
No meu corpo és precipício
Eu pensei estar no inicio
Mas pareço já no fim
Pra que tanto desperdício
Desse amor preso em mim
Quero só que responda
Diga: não ou... sim

Não quero só um talvez
Quero tudo de uma vez
Cansei já de sofrer
Mas antes agora
Do que tarde
Sem demora
Sem alarde

Simples e três letras somente
E uma grande decisão
Tens chance porem não manche
Meu dolorido coração

Não tenho mais o que falar
“Eu só quero que você me queira”
Tua resposta estou a esperar
Eu estou aqui por inteira
Mas meu tempo...
Este, não vou mais desperdiçar!
Luciane M. Mansur
Estiagem


Terra seca, a poeira me cega
A chuva não vem mais
Quem olhará por nós?
Viemos do pó, para onde vamos?

Os meus olhos ainda ardem
Que vontade de morrer
Sem água para molhar o teu olhar
Céu aberto, o sol , é certo
Vai aparecer...

Dia quente, noite vazia
Minhas mãos suam
E te procuram,
Nesta imensa pequena cidade
O que fazer agora?
Aumento a velocidade
Mas nada adianta...


A umidade absoluta é relativa
Meu amor que era vidro,
Hoje é pedra bruta
O que eu faço?
Se não te acho
Nem mais nos meus sonhos

Estou com sede, estou sem ar
Esta saudade é minha seca
Eu quero tua chuva
Pra me molhar
Eu quero teu corpo
Pra me enxugar
Eu quero teu beijo
Pra me acordar

Longe de você
Não sinto mais nada
Só a vontade de te encontrar
Me anima
É o tempo de Brasília
Essa ilha
Em que vivo
E se eu ainda respiro?

É pura miragem
Mas estou sozinha
Nesta estiagem
Querer ver tua imagem
Nem que só de passagem
Completando a minha.


Luciane M. Mansur
Pouso

Nao importa quem tu sejas
aonde estejas
se levar me no coraçao

Nao me importa tua cor
ou teu passado
quero estar a seu lado
seja onde vc for

Nao importa mais teu nome
nem o teu sobrenome
Eu ja te conheço bem

Não me importo com detalhes
Me importo é que me talhes
dentro do teu coracao

e minha alma que viaja
Leguas na solidao
finalmente encontra pouso
Seguro e asseguro
Que serei e te farei
Feliz entao..

Luciane M. Mansur
Nem sempre o mais importante na vida
é o "que" mas sim o "como",
não é o "qual" mas sim o "quem"...
não é o "depois" e sim o "agora"..
não é o "ontem", nem o "amanhã",
o importante é simplesmente
poder HOJE estar com VOCE...
#
Luciane M. Mansur
Foi inteiro..
Foi intenso...
tenso...
terno...
etério...
fostes,
enfim...
para mim...
um divino mistério...
#
Luciane M. Mansur
Tudo o que eu queria
Era poder um dia ver o dia
Acabando do seu lado
E olhando um para o outro,
Encostando no teu rosto
Provar finalmente esse gosto

No meu Porto Alegre amado!

Luciane M. Mansur
Adam* foi um sopro de vida e alegria quando surgiu na minha existência. Um cara simples, e de uma simplicidade de dar inveja a qualquer ser humano. Doce, meigo, mas muito determinado no que desejava e, mais ainda, naquilo que não queria pra si.
Surgiu num dia de sol de dezembro na minha frente. Cabelos loiros que refletiam luz como os raios de sol, olhos castanhos e misteriosos, e ao mesmo tempo curiosos e extremamente atentos. Sua pele branca e suas bochechas rosadas inspiravam qualquer ser humano a amá-lo e a querê-lo por perto sempre, ainda mesmo que não pudesse possuí-lo completamente, pois era como um cavalo selvagem que só se deixava domar quando queria.
Seu sorriso emanava algo bom, como se o dia ensolarado fosse embora junto com ele. Pacifico, mas justo. Honesto, mas generoso. Não saberia descrever a figura de um anjo, mas poderia compará-lo com a visão que tive quando o conheci.
Como disse já era dezembro e eu acabava de chegar de São Paulo. Ainda guardava lembranças boas e ruins da viagem, a maioria, porém foi resguardada com muito carinho. Desde o inicio Adam foi muito educado, gentil e amável. Não saberia pisar numa folha sem pedir licença e, às vezes, era o próprio vulcão em erupção, era difícil saber seu próximo movimento, sua próxima reação.
Ao olhar para aqueles olhos e aquele sorriso estampado todo pra mim, nem que por segundos, eu não percebi o quanto ele seria especial e essencial na minha vida, não saberia dizer que pouco tempo depois estaria vivendo com eles sentimentos que nunca havia imaginado. Na verdade mais absurda o sentimento estava ali, estava nascendo e amadurecendo, mas com certeza não era a hora certa. Teria que esperar porque a vida vem sem bula.Vem se fórmulas e sem explicação. A gente não sabe porque, mas ela acontece de um jeito torto conseguindo nos provar ao final que esta certa e perfeita, porque afinal toda coisa tem sua hora e lugar pra acontecer. A natureza é sábia e assim como a vida, nos ensina que nem sempre o tempo dela é o nosso. Alias na maioria estes tempos nunca coincidem.
Eu não sabia ainda o sentia nem o que sentiria, mas eu sabia que a companhia do Adam me fazia bem, desde a primeira vez que meus olhos pousaram nos dele. Adam não era nenhum modelo de beleza e, ainda assim conseguia ser mais belo que o mais belo dos mortais da Terra, ele fugia a qualquer padrão, o que fazia dele mais especial ainda. Nunca mais encontrei em nenhum olhar estes sentimentos como encontrei ao conhecê-lo. Apesar disso tudo e, de poder ver as coisas de outra maneira hoje, aquele momento, não era, na verdade, nosso.
Naquele mesmo dia, por obra do destino eu comecei a namorar o melhor amigo dele. Ismael** era um cara legal e extremamente carinhoso e educado, também tinha sua beleza e se encaixava dentro de um padrão, ao contrario do Adam, que tinha uma beleza especial e única.
Ismael foi paixão a primeira vista. Aconteceu o encontro de olhares, saíram as faíscas e logo depois a atração física entre nós dois. Talvez essa oportunidade tenha surgido porque, por obra do destino, Adam não estava ali e, talvez, se estivesse fosse diferente, mas não era pra ser assim, e não foi. Meses depois a relação que era doce e meiga com Ismael, foi se desgastando e se tornando insegura e perigosa pra mim.
Comecei sentir que desmoronava alguma coisa e não sabia como segurar. Como a paixão é cega fiz coisas que hoje não faria, mas que mesmo assim não me arrependo de ter feito porque sei que são nos erros que aprendemos e, onde podemos acumular nossa experiência para nossa própria sobrevivência no futuro, quando as provas serão piores e maiores e, possivelmente, ninguém estará mais no barco com você.
O fato é que este sentimento acabou virando obsessão e, logicamente tinha que virar sofrimento. E foi o que aconteceu. Mesmo com toda paixão, o relacionamento com Ismael, chegou ao fim de uma forma abrupta e violenta.Parecia uma traição ao tudo que eu senti e sentia.

Fiquei tão sem chão que cai numa depressão sem fim. No meu quarto, porta trancada e no escuro, televisão ligada eu só queria chorar e tirar todo aquele sentimento de perda e solidão que havia se instalado dentro de mim.
Não sabia se agüentaria, não sabia se sairia daquele quarto, não sabia qual seria meu próprio passo, estava sempre a espera de que o pior viesse ao meu encontro. Eu dormia chorando, quando dormia e, deixava a tv ligada pra que não ouvissem meu choro, abafado e contido, onde ao mesmo tempo buscava um alivio que não vinha de lugar nenhum.
Assim se passaram três dias. Eu só saia do quarto de madrugada e mesmo assim só conseguia tomar água. Não conseguia comer nada porque me sentia mal. Havia um gosto de fel na minha boca que nunca, ate hoje, senti daquela forma. Era o gosto amargo da solidão, da falta de chão.
Sentia me perdida e sem nenhum caminho a frente pra pisar. Era como se não enxergasse mais a luz no final do túnel. Porque afinal eu não via nem mesmo o túnel. Estava caminhando como se estivesse com uma venda dos olhos e as mãos amarradas, só me restava andar, mas eu não conseguia e então não me movia. Não sabia o que pensar porque na verdade não queria pensar, não queria a lógica muito menos a racionalidade. Eu queria sofrer tudo, até o fim, mesmo sem saber como e quando seria.
Lembro que sentia muita pena de mim mesmo. Era como estivesse frustrada e vencida. Como se todo meu amor próprio tivesse sido jogado fora e, minha auto-estima tinha simplesmente desaparecido.
Eu tinha que buscar uma força dentro de mim que pudesse me buscar deste lugar frio, sombrio e deserto onde ninguém podia entrar, só eu podia achar o caminho e a solução.
Acontece que, como por milagre, no terceiro dia, eu ouvi um estrondo e acordei com um susto. Fiquei tão atordoada com o barulho e uma gritaria que sem perceber eu abri a porta e me dirigi à varanda em outro cômodo da casa. Naquele instante, eu tinha conseguido, não sei como, achar um caminho.
Não sei até hoje como nem o que me fez abrir aquela porta e sair daquele quarto, mas eu tinha vencido qualquer força contra mim e estava ali em pé olhando o horizonte, tomando o conhecimento do que acabara de acontecer: um acidente terrível no prédio a minha frente. Um acidente que havia provocado a morte de muitos operários, mas que paradoxalmente pra mim tinha me trazido de volta à vida e, para o fim daquele pesadelo.
Naquele mesmo dia eu providencie minha mudança de quarto. Ficaria no quarto com varanda, luz e ar. Era a hora da reação àqueles sentimentos que ficaram por três dias nas paredes daquele outro quarto.
E esta, foi sem duvida, a melhor coisa que eu pude fazer. Eu mal sabia, mas o amor, estava prestes a ser descoberto a alguns metros da li, quase abaixo de mim, no apartamento de baixo do meu, no quarto de um ser divinamente chamado Adam. Era o inicio de tudo.
Na noite daquele mesmo dia em que eu consegui ver novamente a luz do sol meus olhos encontraram com o brilho do olhar novamente de Adam.
Era incrível que mesmo sem falar uma palavra se quer ele percebia que eu não estava bem, que estava meio estranha. Porém, num gesto de respeito maior que a própria curiosidade foi capaz de se calar no momento em que eu me calei, mas estava me ouvindo no momento em que eu quis falar com ele.
Era mágico. Sentia me leve perto dele. Como se eu já conhecesse aquele ser, como se ele fizesse parte de mim, uma extensão doce de minha alma. Um anjo que me tranqüilizava e me fazia esquecer de tudo por segundos ainda que sofresse um pouco, o que era normal naquele momento.
Apesar de tudo ele estava ali, ao se calar, ao me olhar, ao me ouvir sem me condenar, ao me abraçar e, sem nada falar eu sentir que ele estava me dando tudo que poderia querer e precisar naquele momento: carinho, amizade e um apoio enorme.
Eu nem me lembrava mais de qualquer vestígio de depressão ou daquela tristeza. Perto do Adam o mundo parecia diferente, parecia possível. Eu me sentia sempre bem.
Alguns dias depois eu acabei me animando para sair com ele e a turma com quem eles normalmente saiam. Adam não era um cara de altas farras, mas como todo jovem gostava de vez em quando de sair, de dançar e de conhecer pessoas e lugares, coisas normais da idade.
Fomos a um bar localizado numa parte nobre da cidade. Como um verdadeiro cavaleiro ele não me deixou sozinha um minuto se quer. Agora, com mais calma e mais tranqüila contei pra ele a história e a razão de minha tristeza. Em nenhum momento ele me condenou, muito pelo contrario. Adam possuía uma maturidade e uma racionalidade de dar inveja a qualquer um. E nos momentos em que mais precisava ter.
Eu deixava que ele falasse sem interrompê-lo e olhando nos seus olhos eu percebia aquele ar de serenidade e paz que eu jamais tinha visto em outro lugar. Somente isso naquele momento já me fazia sentir melhor.
Um destes momentos culminou em um abraço demorado onde eu não me contive e, debulhei algumas lagrimas tímidas. Eram lagrimas ainda daquele sentimento que me habitava, mas que eu já sentia que não me pertencia mais. Eu já as libertava para sempre.
Quando nos desenlaçamos eu percebi que a camiseta dele estava molhada de minhas lagrimas e, querendo disfarçar com a cabeça baixa, para ele não ver as lagrimas, ria e falava que eu tinha “babado” a camisa dele e, que teria que lavar.
Ele que não era bobo percebeu e puxou meu rosto pra cima, passou a mão nos meus olhos e me disse que aquilo ia passar, que tudo ia passar e, que eu não devia mais sofrer porque podia contar com ele.
Nossos olhares ficaram parados então se olhando como se o mundo inteiro tivesse desaparecido e, como se o chão, não existisse. Neste momento, assim sem a gente sentir, nossos lábios se tocaram pela primeira vez e meu coração tremeu.
Como uma reação imediata, senti que havia um sentimento de constrangimento no ar. Nos olhamos, ele se afastou passou a mão no cabelo e olhou pra mim dizendo que aquilo não podia acontecer porque não era certo. Não podia acontecer porque o Ismael era seu amigo e porque sentia que as coisas não estavam bem resolvidas dentro de mim.
Eu estava mais tranqüila que ele por incrível que parecesse, mas pra evitar que pudéssemos estragar tudo decidimos que em quanto eu não estivesse preparada a gente não iria repetir isso novamente. A não ser que a situação fosse outra.

Também não achava justo usar o Adam por carência ou por vingança. Ele era muito especial para mim para mim para que fosse usado desta forma. Não era justo com ele e nem comigo. Não podia embarcar em outro barco sem saber o que queria. Na naquele momento pelo menos. Não naquela noite. Não naquele instante. E ainda naquela situação fizemos um pacto. O segredo daquela noite seria guardado com a gente até que achássemos conveniente para nós.
O sentimento, entretanto estava vindo à tona, faltava muito pouco pra transparecer para todos. Todo cuidado era pouco para os olhos curiosos. A principio, para todos os efeitos, o Adam estava me dando apoio pelo término do namoro com o Ismael e era só.
Sorte nossa que todos os olhos aquela noite não presenciaram a cena do beijo. Isso simplesmente poderia ter acabado com todo o restante que estava ainda por vir.
Mas, mais uma vez a vida estava sendo sábia. E da maneira dela armou com perfeição até a luz da lua que nos iluminava, como se fossemos personagens de uma peça de teatro. Naquela noite por segundos eu voei e fui até as estrelas, me senti beijando Romeu. Eu era a Julieta. Era o sentimento mais romântico que eu pode chegar ao meu coração naquela hora. E foi tudo tão natural. Tão simples. Tão bom.
Eu não percebi, mas ali já estava começando a me apaixonar pelo Adam. Era uma porta que havia se aberto de uma forma leve e tranqüila que nem foi notada. E devagar o sentimento foi entrando novamente. Mais cedo do que imaginei eu estaria de pé. Estaria me sentindo com vida dentro de mim. O sopro de Adam me encontrava pela segunda vez. E este sopro me fez ressuscitar tudo dentro de mim. Inclusive à vontade de amar e de viver.
Ao deitar na minha cama eu já me sentia muito melhor. Mais leve, mais forte e mais feliz. Sabia que um anjo protegia meus sonhos e que cuidava de mim e, mais, que este anjo não estava no céu nem numa imagem ou quadro. Ele estava ali, dormindo a poucos metros de minha cama, um anjo vivo, de carne, osso e um enorme coração. O meu anjo Adam.

*Adam é um nome fictício para preservar a imagem desta pessoa que compartilhou de um momento especial em minha vida e hoje faz parte de minhas recordações.** Ismael é um nome fictício também.