terça-feira, junho 27, 2006

Mira
Ao mirar-te distante vejo-te ao longe
Embora para outros perto pareça
Meu amor entretanto, não se comove
E demais sendo não me padeça...
Olho entretido no meio das gentes
Ninguém me nota e eu não me saio
Eu não duvido que meu sorriso
Não me engrandeça sem grande ensaio
O que eu quero não aparece
Só com minha sombra no mesmo espelho
Senão pareço com quem me parece
Se já tão novo não assemelho
De tua face, contida a minha
Se já não queres e eu já te entendo
Não me preocupo, teço a linha
E de minha procura, vou me tecendo
Na minha vida eu faço um traço
Desenho que em tempo desapareço
E no espaço que lanço o laço
Já não existo, nem me pertenço
Já não me olho, já não te enxergo
Também jamais eu me entristeço
Pois sei que mais do que madrugada
Não durmo mais, ainda amanheço
Meu coração vai pela estrada
Curtindo cada vão momento
Se já não de mão atada
Eu me liberto, não me atormento
Sou hoje mais do que um dia quis
Sou mais nada do que plantei
Hoje sorrio e sou feliz
Porque um dia eu me encontrei
E se eu amei?
Quem mais se importa?
Não, meu amor...não me enganei...
Eu simplesmente,abri a porta!
Lutche Mansur 24/06/2006 00:25

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