quinta-feira, agosto 18, 2005



Ainda me cuido quando me olho em teu olhar
Tens um gosto de veneno com uma pitada de mel
Não sei de onde que encontro teu lugar
Se simplesmente devo ir até o inferno ou à plenitude do céu

Não posso afinal saber de cor
Aquilo que não fito e mesmo sinto
Se eu pudesse pelo menos do menor
Dos meus sentidos não saber se ainda minto

O que eu não posso, eu não sei mais me enganar.
Pelas palavras que se perdem em meu ser
Se tu estas é um sinônimo pra me apaziguar
Mas se tu vais embora e eu... fico a sofrer?

O meu "karma", muitas vezes, é me perder
Enquanto a vida nesta procura é me achar
Se tu tens certa esta certeza de querer
E se eu erro querendo, às vezes, me encontrar

Não sei mais nada e me acabo enfim
Confundindo toda essa minha vontade
Não sei quem sou, o que carrego em mim
Se és paixão, se és inverno ou mocidade

O que me importa agora é só o momento
E cada vez que durmo morro um pouco
Se eu me afasto de todo meu tormento
E tenho medo de calar esse amor louco

Se queres mesmo e sabes me conhecer
Saberá que o vão momento vive em mim
E que de tanto por assim mesmo sofrer
Não poderia afastá-lo mais de mim

Então sou alma, sou inteiro e sou metade.
Sou figura, sou retrato, sou imagem.
De um reflexo que perdido na cidade
Procura outro onde encontre sua margem

De tudo então que eu vivi e foi intenso
Não te culpo, não me culpo de sentir.
O que não posso é querer que mesmo tenso
Meu sentimento assim deixe de existir

Se tu és fogo fátuo e eu sou água cristalina
Se sou tormento e você é a mansidão
Não deixarei de vivenciar a minha sina
Ainda que esta seja a minha perdição

De ti só quero que no instante me entenda
Que não me julgue simplesmente.
Que me compreenda
Ainda que não completamente

Sou porto e sou estada
Do amor sou a solidão
De minha vida sou a estrada
Da minha loucura, o meu coração.


25/07/2005 – 02:32 AM Luciane M Mansur.

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