quinta-feira, abril 13, 2006

Estiagem


Terra seca, a poeira me cega
A chuva não vem mais
Quem olhará por nós?
Viemos do pó, para onde vamos?

Os meus olhos ainda ardem
Que vontade de morrer
Sem água para molhar o teu olhar
Céu aberto, o sol , é certo
Vai aparecer...

Dia quente, noite vazia
Minhas mãos suam
E te procuram,
Nesta imensa pequena cidade
O que fazer agora?
Aumento a velocidade
Mas nada adianta...


A umidade absoluta é relativa
Meu amor que era vidro,
Hoje é pedra bruta
O que eu faço?
Se não te acho
Nem mais nos meus sonhos

Estou com sede, estou sem ar
Esta saudade é minha seca
Eu quero tua chuva
Pra me molhar
Eu quero teu corpo
Pra me enxugar
Eu quero teu beijo
Pra me acordar

Longe de você
Não sinto mais nada
Só a vontade de te encontrar
Me anima
É o tempo de Brasília
Essa ilha
Em que vivo
E se eu ainda respiro?

É pura miragem
Mas estou sozinha
Nesta estiagem
Querer ver tua imagem
Nem que só de passagem
Completando a minha.


Luciane M. Mansur

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